domingo, 31 de janeiro de 2016

GAME ON #01 - GAME OF THRONES TELLTALE SERIES



Todo mundo que curte Game of Thrones (ou seja, todas as boas pessoas do mundo) já se pegou ao menos uma vez lendo os livros ou vendo a série e dizendo mentalmente “Ned, realmente você não devia revelar todo o seu plano para a Cersei” ou “Rob, se eu fosse você eu NÃO iria no casamento dos Freys depois de quebrar a aliança com eles”, isso sem contar o “Cat, sério, não solta o Jamie, puta cagada” e etc, etc, etc ad infinitum. Impossível acompanhar GoT sem tentar alertar as personagens que “É uma cilada, Bino!” e pensar que você se sairia melhor do que eles nessas situações porque, “porra, quem achou que era uma boa ideia dar poder a um monte de fanáticos religiosos afinal? Mata todo mundo de uma vez, Tommen!”

E se houvesse uma maneira de te dizer como você se sairia nessas situações? Não é o sonho de todo o fã de GoT, consertar as besteiras que todo mundo fez ao longo de “As crônicas de Gelo e Fogo”? Então, olha só, tenhos duas noticias para você, uma boa e uma má. A boa é que isso é possível graças ao jogo de GoT desenvolvido pela Telltale Games. A má é que, deixa eu adiantar para evitar frustrações, você se sairia pior que Ned Stark. Que droga.


Cersei pensando em formas de acabar com você
O jogo de GoT desenvolvido pela Telltale segue o modelo dos demais jogos dessa desenvolvedora: são narrativas muito ricas do tipo “escolha e consequência”, com eventuais (mas esparsas) cenas de ação e exploração do tipo “point anc click”. Em outras palavras: é como ver o seriado de GoT, só que o jogo te permite escolher a todo o momento, escolhas pequenas ou grandes em diálogos e ações. E o resultado do jogo (e o destino das personagens e da Família Forrester consequentemente) muda de acordo com o que você escolheu. 

O mais legal é que há um tempo para você escolher (pouco tempo, aliás), uma forma que os desenvolvedores encontraram para simular escolhas “reais” com as quais as personagens do universo de GoT são confrontadas – elas, afinal, não decidem do sofá comendo pipoca e bebendo vinho já tendo lido os spoilers do Red Wedding como você. Decidir questões de vida ou morte (ou mais banais, mas com consequências) que se apresentam sem prévio aviso em 10 segundos é MUITO DESESPERADOR, acredite em mim. E quantas vezes você não vai escolher para 1 segundo depois pensar “AI NÃO QUE DROGA, QUERO VOLTAR”. É uma experiência igualmente divertidíssima e terrível para sua gastrite.

Por exemplo, e sem maiores spoilers, em um detemrinado capítulo você precisa se livrar de uma faca e pode escolher guardá-la ou jogar fora. Eu escolhi guardar e depois fiquei tipo: “CARA NESSA ÉPOCA NÃO TEM DIGITAIS, ISSO É GOT NÃO CSI! CERTEZA QUE VÃO ME PEGAR COM ISSO AGORA, PQP!!!!”. Enfim, é a angústia do mundo moderno, já diria Sartre.



Tão felizes e inocentes sem saber o que estava por vir ;____:
Em termos de história, a narrativa do jogo mistura os acontecimentos e personagens da série, mas insere uma nova família protagonista da trama, os Forrester, nortistas leais aos Stark, mencionados brevemente nos livros. O jogo se inicia na noite do casamento vermelho e da espiral descendente em que os Forrester entram a partir de então para manter sua família e sua propriedade a salvo da loucura em que Westeros, mas principalmente o norte com os Boltons como seus guardiões, se transformou. Assim como os livros, o jogo se alterna sob o ponto de vista de diversos personagens em locais geográficos distintos, todos da família Forrester ou leais a eles. Tem gente em Porto Real (meu cenário favorito para jogar – tanta intriga política!), na muralha, na propriedade dos Forrester e até do outro lado do oceano, em Westeros. E suas ações em um dos cenários afetam todas eles.

Sendo GoT, não podia faltar reviravoltas, gente doida e intriga política. Você vai amar cada segundo e se ver tendo que fazer opções moralmente dúbias na tentativa de salvar sua família – ou se manter honrado e sofrer as consequências. É a experiencia definitiva do universo GoT, porque te permite viver e, mais importante, escolher dentro dele, bem como observar o desenrolar dessas escolhas para você para os demais personagens (dano colateral, anyone?).

O jogo é divido em seis capítulos e cada um rende por volta de 2h30 de jogo, todos lançados (e disponíveis no Steam). A segunda temporada já foi confirmada - fico feliz, mas confesso que achei que faltou conclusão à primeira temporada. Os gráficos são muito bons e a dublagem também – ver personagens conhecidos como Cersei, Tyrion, Margery, Jon Snow e Ramsey Bolton (não vou dizer Daenerys porque não entendo o apelo haha) é uma alegria. E a bitch face da Cersei é igualzinha a da “vida real”, estou emocionada em reportar.

Se você gosta de Game of Thrones, você tem a OBRIGAÇÃO MORAL (forte isso) de entrar no Steam, comprar Game of Thrones: A Telltale Games Series e começar a jogar imediatamente. E isso vale independente de você ser um fã de videogames ou não – não tem desculpa porque, como eu já disse, é muito mais uma narrativa com escolhas que afetam a história do que um jogo de videogame tradicional. 





Não precisa me agradecer!




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