domingo, 29 de outubro de 2017

CARAVAL (CARAVAL #1)

"Scarlett nunca saiu da pequena ilha onde ela e sua irmã, Donatella, vivem com seu cruel e poderoso pai. Desde criança, Scarlett sonha em conhecer o Mestre Lenda do Caraval, mas nunca obteve resposta às cartas que lhe enviou. Agora, já crescida e de casamento marcado, o convite para participar do Caraval finalmente chega. No entanto, aceitá-lo está fora de cogitação para a jovem. Com a ajuda de um misterioso marinheiro, Donatella sequestra e leva a irmã para o espetáculo. Mas, assim que chegam, Donattela desaparece e o Caraval se revela um jogo elaborado. Será que Scarlett saberá jogar?"


Caraval, Caraval, Caraval...Como eu começo descrevendo este livro?

Comecei a leitura esperando algo com uma atmosfera mágica, circense e meio sinistra, onde ocorreria um jogo em que as pessoas precisariam usar a inteligência e astúcia para triunfar ou até mesmo simplesmente sobreviver. Minha expectativa era algo envolvente, sagaz e levemente estranho.

Não seria lindo se minhas expectativas tivessem sido atendidas?


Não, Caraval não é um livro horroroso. Em algum momento da leitura eu até pensei em dar três estrelas, mas após terminá-lo conclui que duas estrelas (que significam "É ok" no Goodreads e por aqui também) refletiam melhor meus sentimentos a respeito. Novamente, não é um livro ofensivo ou chato. A leitura flui rápido e você continua avançando para descobrir o que vai acontecer - ou seja, Caraval pontua bem no quesito diversão. É só que, no fim das contas, ele não se destaca em nenhum sentido e a execução da (interessante) premissa deixa muito a desejar. 


O primeiro problema de Caraval está na ambientação e construção do mundo. Sabe a atmosfera mágica que alguns autores conseguem criar e que comentei na resenha de Enraizados? Caraval possui uma premissa que grita por algo atmosférico e fico pensando como não teria sido um livro infinitamente superior se escrito por uma autora como Naomi Novik, por exemplo. 

Ainda falando em escrita, a escolha de palavras da autora para sentimentos e descrições soa bonita na primeira vez que você lê, mas, se você prestar atenção nas frases, logo percebe que não há sentido em muitas delas. São só floreios vazios.

O segundo problema de Caraval está na narrativa. Eu gosto de reviravoltas. Gosto de livros imprevisíveis (mas verossímeis), que te deixam na ponta da cadeira, virando página após página e no final te entregam um acontecimento que te deixa embasbacado e dizendo "OH NO THEY DIDN'T". As vezes você até fecha o livro para pensar por 5 segundos sobre o que acabou de acontecer antes de continuar.  Caraval, porém, é simplesmente confuso, com uma sequência de reviravoltas que se sobrepõem em uma quantidade e velocidade tão grande que começa a ficar meio ridículo. Chegou um ponto em que eu honestamente parei de me importar. Simples assim.


E, claro, as personagens. Vejam bem, o primeiro ponto é que qualquer personagem secundária da história não foi desenvolvido para além de uma casca vazia - motivações, medos, ambições, pano de fundo? Continuaremos todos sem saber. Sobre as três personagens que eu consideraria principais (Scarlett, Tella e Julian), há tantas reviravoltas que na estória que pelo menos uma delas continua uma perfeita estranha para mim ao final da narrativa. Sobre as outras duas que conhecemos um pouco mais, não posso dizer que passei a me importar terrivelmente com sua jornada.

Como disse, não é um livro horroroso, mas não se destaca em nenhum frente. Meu ponto é, com tantas coisas boas para se ler, quem hoje em dia tem tempo para leituras de duas estrelas?

Narrativa: 2/5
Desenvolvimento das personagens: 2/5
Avaliação Geral: 2/5

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