terça-feira, 22 de março de 2016

CORTE DE ESPINHOS E ROSAS (Corte de Espinhos e Rosas #1)



“Depois de anos sendo escravizados pelas fadas, os humanos conseguiram se libertar e coexistem com os seres místicos. Nesse mundo, Feyre é forçada a se tornar uma caçadora para ajudar a família. Após matar uma fada zoomórfica transformada em lobo, uma criatura bestial surge exigindo  reparação. Arrastada para uma terra mágica e traiçoeira — que ela só conhecia através de lendas — ela descobre mais sobre este mundo onde a magia impera, enquanto uma sinistra e antiga sombra avança sobre as fadas.



I’m back s2! Depois de um fim de semana de Lollapalloza (#marcosmumfordeuteamo), uma segunda-feira na Liberdade e uma sexta de extração de supranumerários (not fun) – o que nos ensina que a vida realmente é feita de altos e baixos, mas que pelo menos nos baixos você pode comer muito sorvete – estou de volta.

Gente, seguinte, precisamos falar sobre Kevin Marketing. Mais especificamente, precisamos falar sobre recursos comparativos para transferir características que você associa ao produto X para o Y. 

E o que isso tem a ver com Corte de Espinhos e Rosas, “meu Deus Léka como você é viajada”, você me pergunta? Calma, a gente vai chegar lá.

Quem chegou a ver a campanha de lançamento do livro por ai viu que ele estava sendo vendido como um “Bela e a Fera” meets “Game of Thrones”. Minha reação: HAHAHAHAHAHA. 

 O único trono aqui é o de mentiras, I tell you.

Gente, pára. Sério. Tá ficando feio. Nem com muito esforço, nem com muita hiperbolização, nem com muita vontade da minha parte dá para encontrar algum traço de Game of Thrones” nesse livro. Só porque se passa em uma Corte ou há laços de vassalagem não significa que há algo de As Crônicas de Gelo e Fogo na narrativa. Só porque tem um ou outro segredo, uma morte sangrenta ou gente má também não. Se há algo em comum, e eu realmente não consigo ver, é o uso de alguns tropes do gênero fantasia, mas ainda assim não dá para comparar – seria o mesmo que dizer que Branca de Neve e Game of Thrones são a mesma história porque os dois tem gente pequena com papéis de destaque. Não é o caso. 

Somente a parte de “A Bela e a Fera” é verdade, há um quê de retelling aqui e nesse caso os pontos de encontro entre as histórias existem e são até bem óbvios.

Por essa introdução, você deve ter concluído que eu não gostei de “A Corte de Espinhos e Rosas”, não?  Mas, olha, eu gostei sim. É um bom livro – não é perfeito, mas é bom. A experiência como um todo (eu friso experiência, porque em termos de história não tem nada a ver) é parecida com a de Perdão Mortal (resenha aqui). Eu li rápido, queria saber o que estava acontecendo, curti razoavelmente as personagens (algumas mais que outras) e tenho interesse pelas sequências.  Meu ponto com essa introdução e a comparação com GoT é que no começo da leitura eu estava tão preocupada em encontrar algo de GoT ali que quase não me deixei aproveitar a história pelo que ela é. Por isso, leia “A Corte de Espinhos e Rosas” e tente aproveitar a história pelo que ela oferece, sem acreditar ou buscar essas comparações. Vai te evitar uma leitura frustrante e, no lugar, você será recompensado com um bom entretenimento.

Falando da história, aquela descrição inicial é bem auto-explicativa e a referência a “Bela e a Fera” também. Garota mata lobo (que na verdade era uma fada - ok, isso soa estranho MAS JURO QUE FAZ SENTIDO), garota é levada como prisioneira de um ser bestial em um esquema “uma vida pela outra”, garota lentamente se acostuma com a nova vida e descobre que o ser bestial em questão não é tão maligno quanto ela pensava, há uma maldição sobre a qual ninguém fala, etc etc. Nessa equação há algumas novidades, claro, como a própria questão da magia, fadas, uma praga que pode atingir os humanos e que não sabemos o que é...Enfim, o suficiente para te manter entretido e engajado pelas mais de 400 páginas do livro (mas sim, em alguns trechos desejei que fosse mais curto). E ainda te deixar curioso para ler as sequencias. Óbvio que vai ser uma trilogia como todo livro de fantasia lançado ultimamente – o livro dois deve chegar nos EUA em maio inclusive.

Em termos de personagem, meus favoritos, ÓBVIO, não poderiam ser os principais porque eu sempre fui uma pessoa mais Úrsula do que Ariel, Cruela do que Dálmatas, Malévola do que Aurora e por ai vai. 

Então embora quem eu mais goste não sejam necessariamente os vilões (estão mais para anti-heróis), também não são os protagonistas do primeiro livro. Feyre e Tamlin, as personagens principais, até que são bem ok, mas as vezes...ZZZzzz. Um pouco Mary Sue/Gary Stu demais para o meu gosto.  Não são meus preferidos, só isso. Lucien e Rhys são personagens mais interessantes e eu espero ver mais deles até o final da trilogia. Ao menos no caso de Rhys (que é exatamente o Damon de Vampire Diaries, vamos ser sinceros) é meio óbvio que isso vai acontecer, então mais um motivo para querer ler a sequência. E, claro, Nesta, a irmã mais velha de Feyre, apesar de ter aparecido pouco é uma das personagens com conflitos e uma construção psicológica menos "batida" - queria ler mais sobre ela, vamos torcer para ela ganhar um pouquinho mais de destaque na continuação (dá para trocar as protagonistas? Deixa?).

Ah, a autora Sarah J Maaz, que também é responsável por O Trono de Vidro, tem boards abertos no Pinterest em que ela coloca referências para as histórias e personagens. Tem vários fãs na internet formando teorias com o que está lá e ALGUMAS ME AGRADAM MUITO, OBRIGADA. Confesso que é um exercício bem interessante tentar adivinhar as cenas dos próximos capítulos com o que ela coloca lá. Acho que estou com muito tempo livre.

Não é o melhor livro do ano, mas é um bom entretenimento – só não espere GoT e você deve ficar bem.

Narrativa: 4/5
Desenvolvimento das personagens: 3/5
Fator X: Eu não estou nem ai se a pessoa praticamente reescreveu o Damon e deu outro nome, SIGN ME IN.

Avaliação Geral: 3.5/5

MOMENTO SPOILER!

Se você não leu ainda, pare de ler esse post aqui. Se você leu, prossiga e vamos trocar ideias a respeito ;D

AMANDO a teoria de que ao virar Grã-Féerica a Feyre virou mate do Rhys e por isso ele faz aquela cara estranha para ela no final do primeiro livro. Quem tá achando que o livro dois vai beber no conto de Hades e Perséfone? QUERO!




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