“Feyre assume seu lugar como Quebradora da Maldição e dona dos poderes de sete Grão-Feéricos. Seu coração, no entanto, permanece humano. Incapaz de esquecer o que sofreu para libertar o povo de Tamlin e o pacto firmado com Rhys, senhor da Corte Noturna, Feyre se transforma na peça-chave de um jogo que desconhece. Contudo, ela deve aprender rapidamente do que é capaz. Pois um antigo mal, muito pior que Amarantha, se agita no horizonte e ameaça o mundo de humanos e feéricos.”
Corte de Névoa e Fúria é possivelmente meu livro favorito de 2016 e a série de Sarah J Maas com esse volume entrou na minha lista de favoritos de todos os tempos. A receita do sucesso? Praticamente todos os problemas do (já bom) primeiro livro foram endereçados, a mitologia criada foi aprofundada, antigos personagens ganharam complexidade e os novos personagens são praticamente quem você gostaria de convidar para um chá na sua casa porque eles são OH SO COOL. E a história? Do tipo que você vira a noite lendo para descobrir o que vem a seguir, como todos os melhores livros são.
Estamos falando de uma sequência então, óbvio, spoilers do primeiro livro aparecerão em quantidade. Porém e como a maioria das pessoas lê resenhas para descobrir se o livro é “para elas”, não haverá spoilers desse segundo livro aqui. Se você não leu o primeiro livro da série, Corte de Espinhos e Rosa, e quer saber se vale investir na série (já respondo: SIMSIMSIM), você pode ver a resenha aqui.
Se o primeiro livro claramente bebia de “A Bela e a Fera”, a inspiração deste segundo livro é o conto de Hades e Perséfone, cujos papéis aqui são de Rhysand e Feyre. Seguindo o final do primeiro livro e após vencer Amarantha e se transformar numa féerica, Feyre precisa se adaptar a sua nova condição enquanto tenta superar os horrores que viu sob a montanha. De volta com Tamlin à Corte Primaveril, Feyre se vê obrigada ainda a cumprir sua barganha com Rhysand a alternar seu tempo entre a Corte da Primavera e a Corte Noturna – mas o lugar onde ela deveria estar por obrigação parece ser aquele mais difícil de deixar. A distância da Corte Primaveril obriga Feyre a confrontar questões como amor, lealdade e liberdade e a se reinventar. E, claro, porque isso não é um livro introspectivo ao estilo “Apanhador no Campo do Centeio”, ÓBVIO que há um mal pairando sobre o munda féerico e humano que faz Amarantha parecer um Teletubby.
Sobre nossos velhos conhecidos, Feyre cresce muito em relação ao livro um e é delicioso acompanhar seu desenvolvimento. Na resenha do primeiro livro, comentei que ela e Tamlin me davam sono metade do tempo. Nada disso nessa sequência. Aqui, Feyre finalmente se junta à Katniss, Katsa, Sybelle e tantas outras heroínas que fazem a gente bater palminhas mentais de alegria. Tamlin continua sendo um babaca na minha opinião (desculpa aí quem shipa), mas pelo menos agora é um babaca sobre o qual eu tenho interesse em ler. Nesta, uma das minhas personagens favoritas do primeiro livro, ainda não ganhou um livro só dela (HOW LONG MUST I WAIT??), mas seu tempo de tela e complexidade aumentaram consideravelmente e ela só consolidou seu lugar no meu coraçãozinho. E Rhys...Rhys é a melhor personagem masculina que eu vejo num YA em bastante tempo. Talvez nos últimos dois ou três anos. Isso sem contar as novas personagens introduzidas nesse volume, com menção honrosa a Cassian e Amren, que me fizeram rir entre uma cena mais tensa e outra e ganharam meu respeito com muitas doses de badassery.
O resumo é: todos são humanos, Sarah J Maas não trabalha com unidimensionalidade aqui. Novas facetas são introduzidas conforme as personagens passam por situações diversas e isso contribui para manter a história consistentemente interessante.
Sem dar maiores spoilers, gosto muito de ver a reflexão de Feyre em relação ao seu relacionamento com Tamlin e gosto mais ainda das conclusões que ela tira a respeito. Ver as interações dela com Rhysand e a Corte Noturna versus o que acontece na Corte da Primavera só serve para reforçar algo que me incomodava desde o primeiro livro e que se transformou em conclusão irrefutável nesse: algumas dinâmica de relacionamento mostradas no livro são sim abusivas. Sarah J Maas não deixa esse ponto passar batido e o endereça de forma elegante como poucas vezes eu vi. Uma lufada de ar fresco com tantos livros no mercado que parecem não entender o conceito de relacionamentos saudáveis.
A autora, que deve ter a newsletter mais fofa do mundo (vale se inscrever), entrega um excelente trabalho e vence minha resistência em relação a sua outra série, Trono de Vidro – algumas resenhas negativas de pessoas cuja opinião costuma ser similar a minha me fizeram fugir dessa série até aqui (o fato de ter trezentos mil livros também), mas ok, me dei por vencida e agora quero conferir.
Aliás, Sarah J Maas anunciou que a trilogia original se transformou em seis livros, então devemos ter lançamentos anuais até 2020. Confesso que tenho sentimentos conflitantes sobre essa notícia. Se por um lado o mundo de ACOTAR* é muito rico e rende facilmente seis livros, acho que só funcionará se Feyre e os protagonistas desses três primeiros volumes derem lugar no futuro para novas personagens ou, alternativamente, se personagens secundários assumirem o holofote. Então é com um misto de medo e ansiedade (do tipo boa) que eu espero pelas cenas dos próximos capítulos.
O terceiro livro da série, Court of Wings and Ruins, vai ser lançado em 02 de maio nos Estados Unidos e já está em pré-venda. No Brasil, tendo em vista as datas de lançamento dos dois primeiros livros por aqui, minha aposta é no mês de setembro.
#CHEGAMAIO
Narrativa: 5/5
Desenvolvimento das personagens: 5/5
Fator X: Adicionado recentemente à lista de "lugares ficcionais que gostaria de conhecer".
Avaliação Geral: UM PERFEITO 5/5 COM FOGOS DE ARTIFÍCIO NO FUNDO!
Fator X: Adicionado recentemente à lista de "lugares ficcionais que gostaria de conhecer".
Avaliação Geral: UM PERFEITO 5/5 COM FOGOS DE ARTIFÍCIO NO FUNDO!
(*) ACOTAR é o acrônimo de A Court of Thorn and Roses, primeiro livro e título da série como um todo. O segundo livro é chamado de ACOMAF ou A Court of Mist and Fury. O terceiro, previsto para chegar em março, será ACOWAR e a autora afirmou que o uso de “war” (guerra) no acrônimo não é acidental...s2
Nenhum comentário:
Postar um comentário