“Por que ser uma ovelha, quando você pode ser o lobo? Ismae, dezessete anos, escapa da brutalidade de um casamento arranjado no santuário do convento de Saint Mortain, onde as irmãs ainda servem deuses antigos. Lá ela aprende que o deus da Morte abençoou-a com perigosos dons e um violento destino. Se ela optar por ficar no convento, será treinada como uma assassina e servirá a Morte. Para reclamar sua nova vida, deve destruir a vida de outros. (..)”
Ok, gente, onde eu me inscrevo para participar desse
convento de freiras assassinas que se envolvem em intrigas políticas, usam crossbows embaixo
dos saiotes e decidem o futuro da Bretanha? Sério, com uma premissa dessas não
dá vontade de encomendar seu exemplar online agora? SO MUCH BADASSERY.
“Perdão Mortal” é o primeiro livro da trilogia “O Clã das Freiras Assasinas” e foi publicado em agosto pela V&R no Brasil – aliás, a editora fez um ótimo trabalho na tradução e diagramação do livro de Robin LaFevers. A essa primeira parte se segue “Dark Trumph” e “Mortal Heart”, ambos já publicados nos Estados Unidos. Cada um dos livros da série segue uma irmã diferente da abadia de Saint Mortain em uma teia de intrigas que se desenrola enquanto o futuro da Bretanha (hoje uma região francesa, mas independente em um passado distante e no contexto do livro) pende na balança.
“Perdão Mortal” é o primeiro livro da trilogia “O Clã das Freiras Assasinas” e foi publicado em agosto pela V&R no Brasil – aliás, a editora fez um ótimo trabalho na tradução e diagramação do livro de Robin LaFevers. A essa primeira parte se segue “Dark Trumph” e “Mortal Heart”, ambos já publicados nos Estados Unidos. Cada um dos livros da série segue uma irmã diferente da abadia de Saint Mortain em uma teia de intrigas que se desenrola enquanto o futuro da Bretanha (hoje uma região francesa, mas independente em um passado distante e no contexto do livro) pende na balança.
O primeiro livro da série segue Ismae, uma garota que foi
abusada pelos homens de diversas formas ao longo da vida. Os maus tratos
eventualmente a levaram para Saint Mortain, um convento onde ela descobre ser
filha da própria Morte (o Deus ou Santo Martain) e recebe a chance de começar
uma nova vida como noviça. O convento de Saint Moratin, contudo, não é como os
demais: lá as irmãs são treinadas para realizar a vontade do deus ao quals
ervem através da morte. Em outras palavras: estamos falando de um clã de
freiras assassinas.
É, só que um pouco mais sútil... |
Para Ismae parece uma chance de ouro, começar uma nova vida,
deixar de ser a vítima e nunca mais permitir que outro homem a mal-trate ou
tente quebrar seu espírito. Tirar a vida desses homens que nada valem não é
nenhum sacrifício e ela está feliz em fazer a troca. Assim se passam os três
primeiros anos da história e, ao final, Ismae está bem treinada e é despachada
para a sua primeira missão pela abadessa. E o desenrolar dos eventos a colocam na Corte, tentando proteger a duquesa Anne, próxima na linha de sucessão da
Bretanha, de seus inimigos.
Essa é a premissa básica do livro – o que você descobre
lendo a orelha. Revelar mais do que isso seria dar spoilers. A parte do
treinamento se passa por volta das primeiras 80 páginas do livro e confesso que
gostaria de ter lido mais sobre essa fase de Ismae e o funcionamento do
convento, porque é MUITO interessante. Na sequência somos jogados nas intrigas da Corte bretã junto com Ismae e há
muito mais “ouvir atrás das portas” e “jogar com as palavras” do que as entranhas
de alguém sendo colocadas para fora. Aviso caso você esteja esperando mais
sangue, considerando que a coisa toda de freiras assassinas parece algo muito
Tarantino e tal, mas não estou reclamando. Pelo contrário, para mim esse
desenrolar de intriga política foi muito satisfatório e Ismae só se torna mais
bad ass por saber usar suas pérolas envenenadas, crossbow e inteligência para
navegar a vida de cortesã.
LaFevers é uma autora talentosa. Ela conseguiu utilizar um contexto histórico real e fundi-lo com alguns elementos fantasiosos aqui e outras liberdades criativas acolá. E o resultado ficou muito bom, principalmente em relação à mitologia construída a partir das crenças antigas (a Bretanha é uma região considerada como celta) e sua apropriação parcial pelo cristianismo, que soube tomar suas divindades ou rituais e ressignificá-los como se cristãos fossem.
LaFevers é uma autora talentosa. Ela conseguiu utilizar um contexto histórico real e fundi-lo com alguns elementos fantasiosos aqui e outras liberdades criativas acolá. E o resultado ficou muito bom, principalmente em relação à mitologia construída a partir das crenças antigas (a Bretanha é uma região considerada como celta) e sua apropriação parcial pelo cristianismo, que soube tomar suas divindades ou rituais e ressignificá-los como se cristãos fossem.
Quanto as personagens, Ismae, nossa protagonista, foi
abusada, mal-tratada e humilhada toda a vida, mas se reconstruiu – não tem como
não torcer por ela nem querer saber como sua história termina. Confesso,
porém, que Annith e Sybelle, que pouco apareceram mas que serão as
protagonistas do segundo e terceiro livro, me chamaram mais a
atenção do que Ismae e estou ansiosa por ler as histórias delas. Já em relação à
duquesa Anne...Não sei muito bem o que achar, me alternei entre sentir pena e
achá-la uma garotinha mimada...Acho que isso que dizer que não gostei muito dela,
pensando melhor. Ah, e falando em personagens femininas, já disse que “Perdão
Mortal” está cheio de exemplos de solidariedade entre mulheres? Todos digam
“YAI!”.
Falando da ala masculina, temos Duval, um nobre bretão
conselheiro da duquesa Anne e que faz parte da farsa de Ismae na Corte. Ele não
me despertou aquele entusiasmo apaixonado que tenho pelas minhas personagens
favoritas, mas gostei da dinâmica que ele e Ismae desenvolveram. Já Fera
de Waroch, amigo de Duval dito como um furacão no campo de guerra mas feio como
a peste, foi minha personagem masculina favorita pelos seus breves lampejos de
loucura e seu senso de humor – gostaria que ele tivesse tido mais tempo de
tela, mas ele estará no livro 2, então não vou reclamar.
YAIIIII! |
O lado negativo foi a resolução do mistério de quem estava
por trás dos acontecimentos do livro e agia cotra os interesses da duquesa
Anne. O primeiro ponto aqui foi que livro seguiu um caminho bem óbvio - dentro
dos clichês do gênero, era exatamente o que você esperaria. Lá pela página 100
já tinha matado a charada, só faltava descobrir o por quê. Meu segundo problema
com a resolução foi aquele encontro final com o vilão, em que ele conta todas
as suas motivações e porque fez o que fez e blá blá blá – em outras palavras,
abre o coração para nossos protagonistas ao invés de matá-los de uma vez e
seguir com suas maquinações vilanescas. De novo, clichê, e daqueles tão comuns
que já saiu até na lista (maravilhosa) das coisas que você não deve fazer se for um vilão ficcional.
Um outro ponto que deixou a desejar para mim, e por isso
apesar da leitura prazerosa optei por dar 4 estrelas à história de Ismae,
foi o final. Considero as últimas 50 páginas apressadas, elas podiam facilmente
ter sido trabalhadas com mais profundida e substituído alguns “fillers”. Além disso – e aqui
por favor pule esse parágrafo se desejar porque ele contém spoilers de agora em
diante – alguém me conta da onde saíram aquelas tropas inglesas mencionadas no
final do livro? De repente a duquesa Anne ganhou tropas inglesas sendo que até
então a informação que o leitor tinha era que Duval nem contato com os ingleses havia
conseguido? Enfim, não entendi da onde saiu isso e a solução acabou parecendo
um deus ex machina. É possível que seja explicado nos próximos livros,
para ser justa, mas ainda assim o final podia ter sido um pouquinho melhor
amarrado.
Apesar dos pesares, mal posso esperar para colocar as mãos
em “Dark Triumph”, pois esse próximo livro vai focar nas minhas personagens
favoritas de “Perdão Mortal” – e olha que o papel delas é muito secundário
aqui: Sybelle e a Fera de Waroch. Se eles conquistaram meu coraçãozinho nas
poucas páginas em que apareceram, imagina tendo mais de 400 páginas só para eles?
É muito potencial para epicidade (isso é uma palavra real?).
Perdão Mortal não é o livro perfeito, mas é muito bom. Me lembrou “Estudos sobre Veneno”. E mesmo suas falhas, como o final aberto demais para o meu gosto, devem ser sanadas com as continuações então acredito que se o nível for mantido essas 4 estrelas para o primeiro livro da série devem se transformar em um 5 estrelas pelo conjunto da obra. Recomendado para quem curte romances históricos e heroínas bad ass. Vale muito a leitura.
Narrativa: 4/5
Desenvolvimento das personagens: 5/5
Fator X: Me permitiu fazer uma postagem cheia de gifs de Sister Act!!
Avaliação Geral: 4/5
Perdão Mortal não é o livro perfeito, mas é muito bom. Me lembrou “Estudos sobre Veneno”. E mesmo suas falhas, como o final aberto demais para o meu gosto, devem ser sanadas com as continuações então acredito que se o nível for mantido essas 4 estrelas para o primeiro livro da série devem se transformar em um 5 estrelas pelo conjunto da obra. Recomendado para quem curte romances históricos e heroínas bad ass. Vale muito a leitura.
Preach! |
Desenvolvimento das personagens: 5/5
Fator X: Me permitiu fazer uma postagem cheia de gifs de Sister Act!!
Avaliação Geral: 4/5
2 comentários:
Um livro com um tema como esse tem tudo para ser sucesso! Rsrsrs
Adorei a escolha dos gifs! Deixou a resenha ainda mais bacana!
Beijos!
Fabi Carvalhais
pausaparapitacos.blogspot.com.br
A sinopse já tinha me deixado curiosa, depois da resenha a vontade de ler aumentou. A coisa toda de treinar para se tornar uma assassina não é tão nova, mas o fato de ser um bando de freiras é - pelo menos para mim. Kkk Gosto de histórias assim e acho que poderei gostar desse livro.
Blog | Paixonites Literárias Xx
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