“Bianca Piper e cínica e não acha que é a mais bonita de suas amigas por uma boa margem. E ela é esperta demais para se deixar encantar pelo galinha Wesley Rush. Na verdade, Bianca o odeia. E quando ele a apelida de “DUFF”, ela joga uma coca-cola na sua cara. Mas as coisas não estão bem em casa e Bianca está desesperada por uma distração. Ela acaba beijando Wesley e, pior, gosta. É o começo de uma inimizade colorida.”
Apesar dos bons comentários, eu relutei muito em ler The
DUFF: Designated Ugly Fat Friend (em português, DUFF é uma acrônimo para “Amiga
Feia e Gorda”, ou o patinho feio do grupo). A premissa da história sempre me
pareceu interessante e o livro me transmitia uma vibe divertida (#mãelekatrazoamoremtrêsdias),
algo meio Orgulho e Preconceito menos as roupas da regência e a obsessão pelo
casamento. Quando eu li na descrição a expressão “inimizade colorida”, então,
me convenci de que era meu tipo de livro. A shipper em mim vibrou!
Por outro lado, me preocupava essa história toda da menina
ser chamada de “amiga feia e gorda” por “o cara” da escola e mesmo assim jogar
o amor próprio pela janela e ficar com ele. Meu medo era de ter em mãos mais um
livro YA com um péssimo modelo de relacionamento, mas vendido como a coisa mais
desejável do mundo. Só acabei cedendo a The DUFF quanda achei uma versão em
espanhol para meu Kindle por acaso e, bem, era minha chance de treinar o
espanhol...Se o livro fosse ruim, pensei, teria valido por isso já.
E, é com muita alegria, que digo que meus temores eram
infundados. The DUFF é um livro divertidíssimo, com personagens cativantes,
ainda que longe de perfeitos, e um relacionamento adorável bem ao estilo Darcy
& Lizzie que eu tanto amo. Só que bem mais contemporâneo, claro.
A história de Bianca Piper para mim combina muito com a
musica “Queen of Disaster” da Lana del Rey, então clica aí que esse post vai
ter soundtrack (estou numa fase musical nos posts, você deve ter notado).
Em termos de desenvolvimento do
livro, a sinopse é bem auto-explicativa: Bianca é a amiga menos “bonita” do seu
grupo, ao menos naquele padrão sociedade ocidental, e ela não tem nenhum
problema com isso. Ela é esperta e divertida e sua auto-estima está muito bem,
obrigada (ou ela acha). Quando ela e suas amigas saem numa sexta-feira (nossa protagonista preferia estar em casa,), Bianca
está encostada no bar contando os minutos para ir embora quando Wesley Rush, o cara
rico/bonitão/popular da escola a aborda. Bianca, que não é boba nem nada, não
cai na conversa mole de Wesley e quer saber, afinal, o que ele quer com ela. E
é aí que ela escuta uma explicação sobre como ela é a “DUFF”, a que por ser menos atraente faz as outras amigas parecerem mais
bonitas por comparação. Ao falar com ela, Wesley na verdade quer extrair
informações sobre as amigas "bonitas" e ainda posar de bom moço aos olhos
delas por estar falando com a amiga sozinha no bar. Sútil, Wesley. Esse encontro
termina assim:
Claro que, como qualquer
adolescente e por mais que isso nunca seja admitido “em voz alta”, Bianca fica
muito incomodada com o comentário de Wesley. Depois disso, Wesley e Bianca se
encontram novamente em outra circunstância, a troca de farpas se inicia e Bianca
resolve provar seu ponto (e calar a boca de Wesley e escapar dos seus problemas e blah blah)
beijando Wesley!! E ela gosta. E eles continuam trocando farpas, mas continuam
se encontrando, e partir daí a coisa vira uma inimizade colorida puro amor.
Todas as personagens são fáceis de gostar, criveis de um jeito cativante: tem qualidades e defeitos
nos quais elas tentam trabalhar (as vezes sem muito sucesso), mas no final você
meio que não consegue evitar torcer por elas (mesmo quando estão sendo pessoas
horríveis, mas quem nunca?). A história é leve, mas as personagens mais
complexas do que a média dos livros do gênero. Bianca e Wesley possuem diversas
camadas que você vai descobrindo ao longo dos capítulos e que contribuem para
você se apegar a eles.
Estar na cabeça de Bianca é uma
experiência muito divertida – ela é crítica, cínica e esperta. Wesley é muito
menos clichê do que você esperaria pela sinopse e um par a altura de uma
protagonista como Bianca Piper – ele a desafia e vice-versa. E eles aprendem um
com o outro, estabelecendo uma dinâmica muito positiva ao longo do livro. O
início dessa história pode soar preocupante, mas garanto que esse não é mais um
relacionamento disfuncional. No fim das contas, um faz bem ao outro e a
mensagem do livro é bastante positiva.
O livro tem alguns comentários
sobre feminismo um pouco off – ao
mesmo tempo em que Bianca se auto-intitula feminista (e ela é mesmo, como todos
nós deveríamos ser) algumas ações e pré-julgamentos que a personagem faz me levam a
concluir que ela está no caminho certo, mas não entendeu o conceito com
maturidade ainda. Faz sentido, a personagem é uma adolescente. A Emily May do The Book Geek comenta em sua resenha que
essas passagens evidenciam a pouca idade da autora e talvez a pouca compreensão
dela sobre o que é (e não é) feminismo. Pode ser. De todo modo, nada que
prejudique a leitura.
Foi um dos livros que eu mais gostei desse ano. Leve e
divertido, com uma batalha de egos que rende momentos hilários, diálogos
espirituosos e um romance muito satisfatório. Mais que recomendado.
No Brasil os direitos de do livro pertencem à Globo Livros.
Há previsão de publicação ainda nesse segundo semestre - todos na torcida.
Narrativa: 5/5
Desenvolvimento das personagens: 5/5
Fator X: Inimizade colorida + Diálogos espirituosos
Avaliação Geral: 5/5
Desenvolvimento das personagens: 5/5
Fator X: Inimizade colorida + Diálogos espirituosos
Avaliação Geral: 5/5
E o filme?
A adaptação de The Duff não saiu no Brasil, então o jeito é
ver online. Pude conferir e é um filme que vale checar, mas sem maiores
expectativas. É diversão descompromissada, mas inferior ao livro.
Inclusive, o livro e o filme partem da mesma premissa mas são BEM diferentes.
Vale ir atrás de ambos e não importa a ordem, um não vai prejudicar a
experiência do outro.
5 comentários:
Aquele momento que você lê a resenha pensando "Cara, esse livro deve ser muito legal! Eu quero muito comprar esse livro! Quero lê-lo rápido!" e, de repente lê que ele ainda não foi lançado no Brasil. Daí, vc se amaldiçoa internamente por todas aquelas aulas de inglês chatíssimas que você matou e por aquele cursinho de espanhol que vc abandonou. Triste!
Mas, ainda assim, vou aguardar ansiosa pelo lançamento dele em terras Tupiniquins. Vai que, né... Lança rápido e tals! Aquela coisa de ser brasileira e não desistir... Meio que isso! Rs...
Adorei a resenha, e teu blog é incrível!
Seguindo, pra voltar sempre! Haha
Beijos!
Fabi Carvalhais.
http://www.pausaparapitacos.blogspot.com.br
Oi, Fabi. Sim, Duff é muito maravilhoso e muito amor, merece ser lido s2! Acredito que saia em português até o final do ano, pelo menos é o que o selo Globo Alt estava falando por aí (por aí = pela internet, sem fonte confiável). Obrigada pelo comentário fofo, que bom que curtiu! Também estou acompanhando de perto o Pausa para Pitacos ;)
Beijos
Léka
Eu AMO livros em que os protagonistas se odeiam rsrsrssrs é mais divertido! E se a leitura é leve, melhor ainda, gosto muito de ler livros assim! Vou procurar o filme online tb!!!
Adorei a dica!
Bjs, Mi
O que tem na nossa estante
Eu também, Michele! Tenho certeza que meu analista teria uma opinião sobre isso (se eu tivesse um hahaha), mas sempre gosto mais de ler sobre relacionamentos que começam com aquele leve ódio mútuo. Dá uma chance para Duff e você não vai se arrepender ;)
Beijos, Valeska
Oi Leka!
Não conhecia esse livro, mas parece ser mesmo divertido.
Espero que publiquem logo por aqui!
Beijos,
Sora - Meu Jardim de Livros
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